UFMA

SÃO LUÍS - A ciência da arte de ouvir e compreender o ser humano. Esta seria uma definição nada científica, porém interessante na Psicologia. Hoje, 27 de agosto, é comemorado no Brasil o dia do Psicólogo e nesta mesma data, no ano de 1964, a profissão foi regulamentada através da Lei 4.119/64.

O psicólogo busca conhecer a mente humana, assim como o comportamento, visando orientar os indivíduos a enfrentar suas dificuldades emocionais e ajudá-los a encontrar o equilíbrio entre a razão e a emoção. Dentre as suas diversas área de atuação, estão: Psicologia Escolar Educacional, Psicologia Organizacional e do trabalho, Psicologia Clínica, Psicologia Hospitalar/Saúde, Psicologia Jurídica, Psicologia Social Comunitária e a Docência em Psicologia, entre outras.

E para saber um pouco sobre a vida de um psicólogo a Assessoria de Comunicação conversa com psicóloga e professora do Departamento de psicologia da UFMA, também Conselheira do 22º Conselho Regional de Psicologia, Francisca Zubicueta.

Ascom > Porque escolheu Psicologia?

Quando escolhi Psicologia não tinha toda a clareza que tenho hoje, mas sabia que seria um curso voltado ao ser humano. Algo que remetesse a compreensão do comportamento humano. No início da vida acadêmica, eu fazia outro curso, já conhecia melhor a dinâmica acadêmica.

Ascom > Lidar com os próprios sentimentos, às vezes, é complicado e na escolha da carreira profissional, especificamente Psicologia, pode pesar, pois o profissional tem que estar bem para executar um bom trabalho. Como se dá esta escolha?

Um dos grandes equívocos da escolha do curso é quando o estudante visa compreender a si próprio a partir dos conhecimentos adquiridos em sala. O fato de o indivíduo possuir a inclinação para compreender a mente humana já é um bom sinal, mas não é o suficiente para as autocompreensões. Não é o bastante para se achar que este conhecimento dará conta de satisfazer anseios pessoais, conflitos e clareza de escolhas. Estudos mostram que informação não é suficiente para uma mudança de comportamento.

Às vezes, as pessoas se frustram ou até saem do curso por não alcançarem essa autocompreensão. No curso, o aluno vai conhecer uma ciência que permite uma aplicabilidade prática, considerando que o objeto da Psicologia é o estudo do comportamento humano. Há uma distância dessas autocompreensões. Ser psicólogo não é a garantia de ser uma pessoa madura, equilibrada, que tem clareza de suas escolhas.

O psicólogo tem o conhecimento que permite enxergar o outro, uma bagagem teórica. Um exemplo que pode elucidar é um médico oftalmologista operar o próprio olho. Muito complicado. Por isso, é importante que o psicólogo faça, na sua vida privada, psicoterapia, por exemplo. Ao relatar as suas questões ele consegue se ouvir melhor, e com auxílio de outro profissional, obter maior clareza.

 

Ascom > Quais os desafios da profissão?

A Psicologia ainda é, por alguns, associada à loucura. O paciente era visto de uma forma pejorativa, como se aquele se fosse frágil, por isso escondiam dos outros o tratamento.

Felizmente a Psicologia, como ciência, vem conquistando seu espaço, podendo dar a sua contribuição social. Creio que o desafio é como dar uma resposta qualificada. A partir do momento que há uma ampliação da demanda, exige de nós uma capacitação com qualidade, pesquisas e aí entra na universidade dando sustentação teórica e metodológica.

 

Ascom> Quais as principais queixas dos pacientes, recebidas atualmente?

As pessoas quando buscam auxílio do psicólogo é com o intuito de compreender melhor e em como fazer escolhas, tanto nas relações pessoais como profissionais: como manter o casamento sabendo os limites da individualidade; os desempenhos profissionais se são realmente satisfatórios, entre outros.

 

Ascom > O salário de um psicólogo é satisfatório e quais as áreas mais procuradas?

Dependendo das áreas de atuação, umas dão mais dinheiro que outras. Segundo uma pesquisa do Conselho Federal de Psicologia, as consultorias, a docência na academia e o consultórios, são as áreas que dão um retorno financeiro maior. Sendo um bom profissional, não falta trabalho.

 

Ascom > Considerações:

Aqui no Maranhão estamos vivendo um momento importante. Além de termos no estado três cursos de graduação, temos o 22° Conselho Regional de Psicologia, criado em 27 de agosto de 2013. Anteriormente não tínhamos este espaço de discussão e aproximação entre a categoria. O conselho discute, fiscaliza e acompanha essa prática e aproxima a academia. Um dos desafios para o conselho é a qualidade da formação.

Eu presido a comissão de ética e temos recebido denúncias sérias de práticas de alguns psicólogos. Cabe ao Conselho Regional de Psicologia proteger a sociedade dos maus psicólogos e essa missão é da Comissão de Ética e da Comissão de fiscalização. A partir de uma denúncia, com provas ou não, fazemos uma visita, sem aviso prévio e averiguamos se as ações infringem aos códigos de ética.      

 

A Assessoria de Comunicação também conversou com uma estudante de psicologia da UFMA, Mariana Pedrosa, que relatou algumas de suas aspirações.

 

Ascom >Qual a sua expectativa profissional, tendo em vista que você está finalizando sua graduação?

Como todo recém-formado, dá um medo pensar no que se vai fazer com a proximidade do fim da graduação.  É, relativamente, normal sentir isso. O mercado da Psicologia, como um todo, é bastante vasto, tendo em vista as inúmeras áreas de atuação que a ela oferece. Particularmente, eu pretendo seguir a área clínica psicanalítica, o que exigirá de mim alguns anos a mais de estudos, além da graduação, para atuar enquanto profissional.

 

Ascom > Como e por que você escolheu Psicologia?

Hoje em dia é extremamente difícil falar o porquê de ter escolhido a Psicologia enquanto profissão. Não consigo lembrar os motivos que me aproximaram dela, uma vez que estando nela, um mundo de possibilidades se abre. Provavelmente, escolhi por pensar se tratar de lidar com pessoas, por querer ajudá-las, na medida do possível.

 

Ascom > Qual a sua visão em relação à profissão atualmente?

A psicologia é uma área em expansão, entretanto, infelizmente, ainda estamos na luta por um reconhecimento devido, um piso salarial, uma diminuição da carga horária, dentre outras causas. Já temos uma legitimidade, conquistada com muito esforço e luta, o que nos faz acreditar cada vez mais, que nosso trabalho produz um diferencial na sociedade.

Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.
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Produção: Letícia Mourão
Revisão: Patricia Santos

Lugar: Cidade Universitária Campus do Bacanga
Texto: Letícia Mourão
Última alteração em: 28/08/2014 09:17