UFMA

SÃO LUÍS – Vinculado ao Departamento de História e ao Programa de Pós-Graduação em História Social (PPGHIS) da Universidade Federal do Maranhão, o Laboratório de Arqueologia (LARQ) será inaugurado no I Seminário do Laboratório Arqueologia da UFMA, que acorrerá na Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas (CCH), nas tardes dos dias 15 e 16 de setembro.

O evento terá como conferência de abertura a palestra sobre “Arqueologia no Brasil: História e perspectivas”, do professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Pedro Paulo Funari; e a conferência de encerramento “Arqueologia da Escravidão no Brasil: uma perspectiva mundial” será feita pelo do professor da Universidade Federal de Pelotas (UFpel), Lúcio Menezes Ferreira.

O laboratório faz pesquisa nas estearias da baixada maranhense, que são sítios arqueológicos onde podem ser encontrados resquícios dos primeiros habitantes do Maranhão, que viviam em palafitas sobre lagos. O LARQ faz escavações nesses lagos, no período em que estes secam, para coletar materiais que eram construídos e utilizados por esses povos.

O arqueólogo e professor do departamento de história da UFMA, Alexandre Navarro, disse que o LARQ foi idealizado, em 2010, numa reunião de assembleia de departamento, onde decidiram a criação de um laboratório, contemplando a importância da arqueologia no Estado que, segundo ele, possui um grande potencial na área. Já há materiais com mais de 1.400 anos de idade sendo estudados pelo LARQ, que vieram da cidade maranhense de Pinheiro e, provavelmente, pertencem aos habitantes pré-históricos da baixada maranhense.

Segundo Navarro, as funções do laboratório são fazer escavação arqueológica na baixada, recuperando materiais antigos dos índios que moravam na região e desapareceram; analisar o material em laboratório, com estudos químicos e físicos; e conscientizar a população maranhense sobre o patrimônio cultural do Estado, promovendo um trabalho de educação patrimonial nas escolas e comunidades. Além de receber visitantes interessados em conhecer a arqueologia maranhense, desde que previamente agendado.

A estudante do sétimo período do curso de História, Cássia Ferreira, afirma que o laboratório está permitindo que ela desenvolva trabalhos em educação patrimonial, área que pretende se dedicar, inclusive em futura pós-graduação, que já pensa em fazer. Cássia admite gostar muito do campo por ser, segundo ela, uma área muito carente no Estado, onde nos deparamos com situações de depredação em vários patrimônios culturais e arqueológicos. E traz como exemplo o centro histórico ludovicense, que é um lugar de grande visibilidade em São Luís, mas não é preservado, pois não tem políticas efetivas de preservação.

Após todos esses procedimentos, as peças farão parte do Museu de Arqueologia da Universidade, que funcionará no prédio da antiga Fábrica Progresso, onde também funcionava o Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado (Sioge), que está sendo revitalizado pela UFMA. Por enquanto, as peças serão expostas no LARQ.

O LARQ possui sete alunos bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão (Fapema). O laboratório é mantido financeiramente por dois editais Fapema, de Acervo Museológico e Projetos de Pesquisa para Formação da Rede de Pesquisa da Baixada Maranhense (Rebax), de 2013.

Inscrições

As inscrições para I Seminário do Laboratório de Arqueologia da UFMA podem ser feitas no LARQ, localizado no Prédio de Pós-Graduação do Centro de Ciências Humanas (CCH), até o dia do evento. O pagamento e a matrícula podem ser efetuados de 11 de agosto a 12 de setembro, no mesmo local, das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira, cuja taxa em espécie é no valor de R$ 10,00. O credenciamento será no dia 15, das 13h às 15h30, no Hall do CCH.

Saiba mais

A Pré-História é um termo cunhado por historiadores do século XIX para definir o período anterior ao registro da história da humanidade feito pela escrita. Eles acreditavam que era impossível sem a escrita haver esta documentação histórica, mas hoje comprovadamente se tem conhecimento de diversas peças que foram utilizadas e elaboradas pelo homem para este feito, como as encontradas e analisadas pelo LARQ na Baixada Maranhense.  

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Produção: Alexssandro Rodrigues
Revisão: Charles Mendes

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Luama Alves
Última alteração em: 19/08/2014 18:26