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SÃO LUÍS – Os quadrinhos estão presentes na nossa sociedade há tempos. As histórias formadas por desenhos e linguagem perpassaram os anos se harmonizando com os acontecimentos da nossa sociedade. Passaram por diversas transformações e criaram estreitas ligações e dependências do cinema e da literatura através das narrativas transmidiáticas. Esse é um dos principais temas abordados na oficina de Cinema, Quadrinho, Literatura: Singularidades e Intersecções.

De curtas histórias cômicas, charges de jornal e surgimento dos super-heróis ao período de censura, os quadrinhos foram apontados como má influência para as crianças durante os anos 1970. As HQs se encontraram com a contracultura e se tornaram parte do movimento underground, principalmente quando ganharam títulos exclusivos para o público adulto. Hoje é comum que três tipos de narrativas – visual-verbal, escrita e audiovisual - se encontrem criando produtos novos em várias mídias, criando uma forma de transmídia.

Ministrada pelo publicitário e roteirista de quadrinhos, Pedro José Brandão, a oficina aborda temas como a importância das histórias, suas fórmulas de construção em cinema, quadrinhos e literatura e as intersecções entre ambas. Para Pedro é importante relacionar os três tipos de narrativa. “Contar histórias é nativo do ser humano. Nós contamos histórias para sobreviver, passar informação, causar empatia, levar e trazer conhecimento, aprender a se tornar cada vez mais humano e conhecedor do mundo que está ao nosso redor. Nós não precisamos contar histórias do modo tradicional, temos novas possibilidades. Podemos agregar coisas novas a esses mundos narrativos”, disse.

Ele comenta que a escolha de falar sobre quadrinhos aconteceu porque “eles são uma arte maravilhosa que tem um tremendo potencial comunicacional que, infelizmente, é deixado de lado por preconceitos bobos da sociedade, como ser visto como uma subcategoria da literatura, o que é uma violência contra a linguagem em si”.

E ainda recomenda: “Eu quero que mais pessoas leiam quadrinhos. Eu gostaria que todos lessem quadrinhos. E vejam quadrinhos como uma forma digna de contar histórias. Quando você torna o quadrinho mais democrático, você faz com que a sociedade o veja como uma linguagem em si e todo mundo ganha, o artista, o povo, os jornais, a sociedade”, afirma.  

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Produção: Marcele Costa
Revisão: Patricia Santos

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Fabiana França
Última alteração em: 29/07/2014 14:59