UFMA

SÃO LUÍS – O curso de Montagem é uma das seis oficinas oferecidas no Centro Pedagógico Paulo Freire durante o 37º Festival Guarnicê de Cinema. Desde o dia 21 até o dia 25 deste mês a oficina tem sido ministrada pela Diretora e Montadora de Imagem e Som, Virginia Flores. A oficina, que completará duração de 40 horas, está apresentando aos seus alunos conceito de edição e montagem em cinema, TV, novas tecnologias; temática narrativa, ênfase, ritmo e fluência; elementos e processos de montagem; construção do ritmo, o tempo e a produção de sentidos na obra audiovisual.

Para saber um pouco mais sobre o trabalho do profissional de Montagem e Edição, a Assessoria de Comunicação da UFMA conversou com a Cineasta sobre essa formação.

Ascom: Como está a formação de editores no Brasil?

Virginia Flores - Eu sou professora da escola Darcy Ribeiro de Artes, nós proporcionamos uma formação prática e todo semestre temos alunos. Existe muita procura até mesmo de profissionais já formados em comunicação. Quando eu comecei a fazer cinema e trabalhar com edição, não tive formação prática e tive que aprender com outros profissionais. Eu os assistia trabalhando e ia aprendendo. Sempre recomendo que a pessoa tenha uma formação de assistência e depois chegue a chefe de equipe. Aqui no Maranhão os alunos do curso já tem uma experiência, seja profissional ou na academia, e alguns tem interesse específico na área.

Ascom: O trabalho de edição está muito concentrado no eixo Sul e Sudeste. Qual a principal dificuldade em difundir esse trabalho para outras localidades?  

VF - Existem várias questões. Primeiro a divulgação da cultura em cada estado. Cinema é caro. Ter um curso de cinema numa instituição federal ajudaria bastante a ter um fomento de interesse profissional, e dentro da cultura do audiovisual. Se as televisões abrirem mais espaço para as produções independentes acho que conseguimos criar um núcleo de produção específico de cada lugar. Falta divulgação do cinema maranhense. Por exemplo: eu não vejo exibições daqui nos cinemas do Rio de Janeiro.

Ascom: Como está o mercado dos profissionais de montagem?

VF - O mercado está cheio. O mundo digital abriu inúmeras oportunidades de trabalho, mas ainda assim, está faltando trabalho para todos esses profissionais que estão entrando no mercado. Tem também o fator da quantidade de salas de cinema, quantidade de produções independentes que chegam as televisões, que são insuficientes. A televisão, por exemplo, poderia abrir mais espaço para produções independentes, avulsas à direção de olhar e opinião das emissoras. Isso multiplica o ponto de vista e aumenta a possibilidade das pessoas terem diferentes olhares pra coisas.

Ascom: Como está o trabalho de montagem comparando o Brasil com os outros países?

VF - O Brasil tem excelentes profissionais. Eu não vejo deficiência nenhuma no nosso audiovisual. Acho que a gente tem uma potencialidade muito grande, porém tem muita gente que fica pinchando roteiro e dizendo que não tem roteirista aqui, mas tem sim. Nós sabemos fazer as coisas, o que falta é dar uma oportunidade para que as pessoas possam exercitar mais as suas potencialidades. O que ainda pode faltar é a questão da indústria, nós termos uma aumento na demanda pra que se possa produzir muito mais.

Quer ver uma iniciativa bacana do seu curso divulgada na página oficial da UFMA? Envie informações à Ascom por WhatsApp (98) 98408-8434.
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Produção: Luciano Santos
Revisão: Patricia Santos

Lugar: Cidade Universitária do Bacanga
Texto: Fabiana França
Última alteração em: 24/07/2014 18:34