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SÃO LUÍS - Para promover debate e integração entre os estudantes de direito, foi realizado, entre os dias 21 e 24 de deste mês, o XXV Encontro Regional dos Estudantes de Direito (Ered) e o Encontro Regional das Assessorias Jurídicas Universitárias (Eraju). O evento foi promovido pelas unidades regionais da Federação Nacional dos Estudantes de Direito (Fened), composta por Maranhão, Piauí e Ceará.

O Ered reuniu estudantes de direito de diferentes instituições de ensino e estados, onde trocaram experiências, organizaram-se enquanto classe e realizaram discussões científicas e políticas. A fim de realizar o seu objetivo, o encontro promoveu painéis científicos, mesas de combate às opressões (mulheres, negritude, LGBT), debates, grupos de discussão, oficinas, apresentação de artigos e atividades culturais.

A vigésima quinta edição contou com a temática “A onda conservadora e a crise do estado democrático de direito: reencontrar nas ruas o caminho da resistência”. A programação do evento estimulou o debate dos direitos das pessoas negras, das mulheres e da comunidade LGBT. As mesas-redondas focaram em projetos emblemáticos, como a mesa de negritude, que tratou sobre a redução da maioridade penal que atinge diretamente a população negra e jovem do país.

A mesa das mulheres discutiu o PL-69, que trata da restrição dos direitos reprodutivos de mulheres. E a voltada para a comunidade LGBT debateu sobre o estatuto da família. Apesar de específicas, as temáticas foram abordadas de maneiras abrangentes.

A representante da Comissão Organizadora do Ered, Amanda Costa, contou, durante a abertura, que essa temática foi pensada através de observação do cenário político nacional e a disputa entre dois grupos majoritários que estão disputando o poder no país e dos diferentes posicionamentos somados pela sociedade.

“No final do ano passado pudemos observar um movimento novo, os jovens indo as ruas buscando mais direitos, mas também querendo restringir o direito dos outros. Esse encontro é uma oportunidade de repensarmos o direito de rua, de militância e entender o que realmente queremos manifestar”, afirmou Amanda.

Segundo a organizadora é observado que poderes conservadores têm afetado direitos de diversas minorias em suas particularidades. Tendo isso em vista, a comissão organizadora analisou este fato como um risco no estado democrático de direito. “As garantias que foram conseguidas com muita luta na Constituição de 88 estão hoje sendo desmanteladas de uma maneira escusa e inconstitucional”, comentou Amanda.

A mesa de abertura também contou com a presença da reitora da UFMA, Nair Portela; o representante do Ministério Público do Estado do Maranhão, o promotor de Justiça Cassius Chai; a chefe de departamento de Direito, Valéria Montenegro; a representante da Unidade de Ensino Superior Dom Bosco, Tuanny Soeiro; e a coordenadora do curso de Direito do Instituito Florence, a professora Ana Maria Marques.

Nair Portela parabenizou a organização do evento por trazer discutir questões do dia a dia. Ela também levantou questões sobre o preconceito instalado na sociedade e afirmou o sucesso do evento. “Questões como essas sendo debatidas no seio da universidade são de extrema importância para a formação dos estudantes, pois a universidade é o espaço de desenvolvimento do aluno. É preciso discutir o respeito e o direito de cada indivíduo com ele mesmo e com os outros, para assim podermos evoluir como sociedade”, declarou a reitora.

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Texto: ASCOM/UFMA
Última alteração em: 26/04/2016 11:46